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terça-feira, 31 de outubro de 2023

Dia do Saci: conheça o Halloween brasileiro, que valoriza o Folclore - O Povo

O Dia do Saci é comemorado no dia 31 de outubro, junto com o Halloween. Crédito: Reprodução/Site Toda Matéria/Pinterest


O Dia do Saci é comemorado no Brasil no dia 31 de outubro, mesmo dia em que se comemora o Halloween. A data surgiu no País em 2003, por meio de um projeto de lei, mas ainda tem dificuldades de se firmar como uma comemoração popular.

A história mais popular sobre o Saci-Pererê, muito divulgada no Dia do Folclore, apresenta-o como um ser mítico que habita as florestas. Ele é um menino negro, que possui apenas uma perna, mas que se movimenta rapidamente. Ele também tem como característica gostar de fazer travessuras e pregar peças nas pessoas. 

Como surgiu o Dia do Saci

O Dia do Saci surgiu no Brasil em 2003, com o Projeto de Lei 2.762/2003, proposto pelo deputado Aldo Rebelo, com o intuito de valorizar o folclore do País. Entretanto, a data não foi oficializada.

Somente em 2013, a Comissão de Educação e Cultura elaborou o Projeto de Lei 2.479, que institui o 31 de outubro como sendo o Dia do Saci. O deputado federal Chico Alencar e a vereadora Ângela Guadagnin propuseram que a data represente “um instrumento de valorização da cultura popular como elemento fundamental na constituição da identidade brasileira”.

A lei estimula a comemoração do Dia do Saci na forma de eventos culturais e atividades festivas. Entretanto, a data não é muito comemorada pelos brasileiros, que relacionam o dia 31 de outubro ao Halloween.

Dia do Saci e o Halloween

A criação do Dia do Saci é uma resposta à cultura dos países de língua inglesa, representada, neste caso, pelo Halloween.

O Dia das Bruxas, ou Halloween, é uma festa tradicional de países anglo-saxões, em especial os Estados Unidos. Chegou ao Brasil disseminada pelo cinema estadunidense e pelas escolas de idiomas.

Por isso, o dia 31 de outubro foi escolhido como o Dia do Saci, para valorizar o folclore brasileiro junto com seus mitos e tradições e reduzir a supervalorização de elementos culturais de outros países.



sábado, 21 de outubro de 2023

D. Fragoso visita São Joaquim em Independência (1994) – Profº Ricardo Assis

D. Fragoso na localidade São Joaquim (Independência)

 Filho de José Fragoso da Costa e de Maria José Batista da Costa, nasceu no sítio do Riacho Verde, Paraíba. Entrou no Seminário Arquidiocesano em João Pessoa, em 1934, ordenando-se sacerdote no dia 02 de julho de 1944. Dois irmãos seus também se tornaram religiosos: Frei Hugo Fragoso, OFM, e Frei Domingos Fragoso.

No dia 28/04/1964, o Papa Paulo VI o nomeou primeiro bispo de Crateús. Função que exerceu até 18/02/1998, quando apresentou sua renúncia por limite de idade, sendo sucedido por dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho.

Em suas andanças, visitou a localidade de São Joaquim, na zona rural de Independência em 1994. Destacou-se na defesa dos direitos humanos e políticos no Brasil, de modo particular durante os chamados anos de chumbo. Assumiu como projeto de vida a linhas propostas pelo Pacto das Catacumbas, um documento assinado por cerca de 40 padres conciliares no dia 16/11/1965, nas catacumbas de Domitila, em Roma, durante o Concílio Vaticano II.

Dom Fragoso faleceu aos 85 anos na madrugada de 12/08/2006, vítima de um infarto fulminante. Ele estava internado em um hospital de João Pessoa, para onde se mudou após renunciar ao bispado, tratando-se de problemas cardiovasculares.

Profº Ricardo Assis

sábado, 14 de outubro de 2023

Paróquia de Nossa Senhora Sant'Ana realiza um trabalho de revitalização e higienização do piso da igreja - Prof° Ricardo Assis


A Igreja Matriz de Independência, um marco histórico e religioso da cidade, esteve temporariamente fechada durante esta semana para passar por um processo de manutenção e limpeza do piso da igreja.Os responsáveis pela paróquia estão dedicando esforços para realizar uma grande limpeza no piso de toda a Igreja Matriz. 

O padre Antônio José responsável pela paróquia vem se dedicando esforços para realizar uma grande limpeza no piso de toda a Igreja Matriz.
 A manutenção tem como objetivo revitalizar o ambiente e proporcionar um espaço acolhedor e bem-cuidado para os fiéis e visitantes. A limpeza abrangente representa um esforço para garantir que o espaço religioso esteja em ótimas condições para a comunidade.

Preservando a história e o espaço religioso – A manutenção e a limpeza da Igreja Matriz de Nossa Senhora Sant'Ana é exemplo de como a paróquia se empenha em preservar tanto a história quanto a importância espiritual do local. Através de esforços como esse, a comunidade religiosa demonstra seu compromisso em oferecer um ambiente de devoção e reflexão aos seus membros e visitantes.

Prof° Ricardo Assis 

domingo, 8 de outubro de 2023

Campos de concentração no Ceará confinaram flagelados da seca com base em teorias racistas

Espaços para controlar migração de flagelados eram montados perto das estações de trem. Em 1932, sete campos foram a resposta encontrada para conter o pânico de invasões aos centros urbanos.


 Grandes terrenos cercados ou murados. Estruturas internas em disposição circular ou quadrangular. Com formatos e tamanhos diferentes, o Ceará teve sete campos de concentração com alguns pontos em comum: casebres improvisados, posto médico, cozinha, barbearia e capela. Foram espaços montados para confinar os retirantes da seca.

O ano era 1932, e o Nordeste passava por mais um período de poucas chuvas. Em Fortaleza, um dos medos dos moradores das áreas nobres era estar, mais uma vez, nos mesmos espaços que os flagelados, como eram chamados os milhares de sertanejos que fugiam da estiagem para sobreviver.

Os campos fizeram parte de uma política pública. Era onde os flagelados encontrariam trabalho, comida e proteção. No entanto, a assistência foi insuficiente. Aglomerados em péssimas condições de higiene e moradia, milhares de sertanejos morreram nestes locais.


A escolha dos lugares foi estratégica: os dois campos de Fortaleza e os cinco do interior foram montados perto das estações de trem mais procuradas. Durante as secas, estes eram espaços de fortes tensões entre as forças policiais e os retirantes que tentavam deixar os sertões.


Eram duas rotas de trem ativas no Ceará:


  • Estrada de Ferro de Baturité: com cerca de 560 quilômetros, ligava Fortaleza à cidade do Crato, na região do Cariri. Passava por cidades do Sertão Central, região fortemente afetada pelas secas. Nesse caminho, foram instalados quatro campos de concentração: Quixeramobim, Senador Pompeu, Crato e Cariús.

  • Estrada de Ferro de Sobral: a cidade de Ipu era ligada a Fortaleza em linha férrea que passava por Sobral. Um campo foi construído em Ipu, sendo o único vinculado a essa estrada de ferro.

Findada a esperança de chuva nos primeiros meses de 1932, o número de famintos procurando os trens impressionava e virava notícia nos jornais da época com tons de alarme. No fim de abril, os sete campos começaram a funcionar. A política terminou um ano depois, com as chuvas de 1933.


A decisão foi tomada no governo de Getúlio Vargas, que tinha no Ceará o interventor Carneiro de Mendonça colaborando com ações em um período de forte centralização do poder federal.


Uma vez no campo de concentração, os sertanejos só poderiam sair para trabalhar nas frentes de obras públicas. Estradas, prédios, açudes e projetos de embelezamento das cidades foram acelerados com o esforço dos retirantes.


As intensas migrações e os cenários de miséria eram alvo de preocupação no Ceará. Dentre as autoridades que tentavam sensibilizar o governo em busca de recursos, o político cearense Ildefonso Albano anexou fortes imagens ao discurso "O secular problema do Nordeste", proferido na Câmara dos Deputados Federais em 1917.


Após a seca de 1915, vários setores da sociedade buscavam uma solução para evitar que as áreas centrais de Fortaleza fossem tomadas pelos retirantes. Os campos de concentração surgiram como medida aprovada pela opinião pública.


Aglomerar e controlar um grupo da população não era novidade no Ceará. Conforme Valdecy Alves, advogado e ativista pela memória dos campos de concentração, os aldeamentos de povos indígenas são experiências precursoras desta política.

FONTE: G1