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Independência no início do século XIX - Desenho feito por Gabriel |
Representação artística da Vila Pelo Sinal no
século XIX, a cena mostra uma vila pacata com ruas de terra batida, casas
simples de alvenaria e taipa, e uma capela católica ao centro, símbolo da fé e
do poder colonial. Ao redor da capela, moradores circulam a pé ou em carroça
puxada por cavalos, ruas ainda com grandes árvores compondo uma paisagem natural.
A imagem em tom sépia transmite a atmofera do fim do século XIX para o incio do
século XX, uma vila marcada por simplicidade, religiosidade e o ínicio de uma
cidade.
Já no início do século XIX, começam a surgir os
primeiros registros da presença de moradores em Independência, município
localizado no sertão cearense. Esses pioneiros, vindos de diferentes regiões,
formaram os alicerces sociais, econômicos e culturais da cidade que hoje
conhecemos.
Entre os primeiros habitantes registrados estavam José
Rangel de Araújo, natural de Boa Viagem, e Alexandre Ferreira Bonfim,
nascido em Crateús. Também natural de Crateús, o Major Horácio Bezerra de
Melo Falcão se destacou entre os moradores da época. Outro nome importante
foi o de Raimundo Cassiano de Sousa, cuja origem permanece desconhecida,
mas que, ainda assim, figura entre os pioneiros da localidade.
A história de Independência também é marcada pela
contribuição de comerciantes e artistas. Um dos mais lembrados é Francisco
Rufino, que se estabeleceu na região com sua esposa, Dona Mocinha Lins.
Após o falecimento de Francisco, Dona Mocinha se casou com Mestre Vicente
Fialho, um talentoso músico e padeiro que havia imigrado de Campo Grande da
Serra de Ibiapaba, hoje conhecido como Guaraciaba do Norte. Além de reger a
música local, Mestre Vicente também mantinha uma padaria que se tornaria ponto
de encontro da comunidade.
Junto com ele veio outro músico, Antônio Campo
da Silva, que para garantir o sustento, exercia os ofícios de barbeiro e
sapateiro — profissões que mostram a versatilidade e resiliência dos moradores
da época.
Outros nomes se destacaram no comércio local, como José
Leite, Valdeniro Pimentel, Bento Coutinho de Macedo e seu
irmão João de Deus Coutinho, além de José Pires de Sabóia, que
acumulava as funções de comerciante e fazendeiro. E para contribuir com a educação
dos jovens da comunidade, havia também o velho Professor Clarindo,
respeitado mestre de escola.
Esses nomes e histórias compõem os primeiros
capítulos da construção social de Independência. Seus esforços e trajetórias
pavimentaram o caminho para as gerações futuras, deixando um legado que merece
ser lembrado e valorizado.
Prof. Ricardo Assis
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