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domingo, 15 de junho de 2025

Os primeiros moradores de Independência, um retrato do início do século XIX - Prof. Ricardo Assis

Independência no início do século XIX - Desenho feito por Gabriel

Representação artística da Vila Pelo Sinal no século XIX, a cena mostra uma vila pacata com ruas de terra batida, casas simples de alvenaria e taipa, e uma capela católica ao centro, símbolo da fé e do poder colonial. Ao redor da capela, moradores circulam a pé ou em carroça puxada por cavalos, ruas ainda com grandes árvores compondo uma paisagem natural. A imagem em tom sépia transmite a atmofera do fim do século XIX para o incio do século XX, uma vila marcada por simplicidade, religiosidade e o ínicio de uma cidade.

Já no início do século XIX, começam a surgir os primeiros registros da presença de moradores em Independência, município localizado no sertão cearense. Esses pioneiros, vindos de diferentes regiões, formaram os alicerces sociais, econômicos e culturais da cidade que hoje conhecemos.

Entre os primeiros habitantes registrados estavam José Rangel de Araújo, natural de Boa Viagem, e Alexandre Ferreira Bonfim, nascido em Crateús. Também natural de Crateús, o Major Horácio Bezerra de Melo Falcão se destacou entre os moradores da época. Outro nome importante foi o de Raimundo Cassiano de Sousa, cuja origem permanece desconhecida, mas que, ainda assim, figura entre os pioneiros da localidade.

A história de Independência também é marcada pela contribuição de comerciantes e artistas. Um dos mais lembrados é Francisco Rufino, que se estabeleceu na região com sua esposa, Dona Mocinha Lins. Após o falecimento de Francisco, Dona Mocinha se casou com Mestre Vicente Fialho, um talentoso músico e padeiro que havia imigrado de Campo Grande da Serra de Ibiapaba, hoje conhecido como Guaraciaba do Norte. Além de reger a música local, Mestre Vicente também mantinha uma padaria que se tornaria ponto de encontro da comunidade.

Junto com ele veio outro músico, Antônio Campo da Silva, que para garantir o sustento, exercia os ofícios de barbeiro e sapateiro — profissões que mostram a versatilidade e resiliência dos moradores da época.

Outros nomes se destacaram no comércio local, como José Leite, Valdeniro Pimentel, Bento Coutinho de Macedo e seu irmão João de Deus Coutinho, além de José Pires de Sabóia, que acumulava as funções de comerciante e fazendeiro. E para contribuir com a educação dos jovens da comunidade, havia também o velho Professor Clarindo, respeitado mestre de escola.

Esses nomes e histórias compõem os primeiros capítulos da construção social de Independência. Seus esforços e trajetórias pavimentaram o caminho para as gerações futuras, deixando um legado que merece ser lembrado e valorizado.

Prof. Ricardo Assis

 



 

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