A imagem acima eterniza um momento emblemático da
religiosidade popular de Independência, Ceará. Trata-se de uma procissão dos
Festejos de Senhora Sant’Ana, padroeira do município, em registro datado de
1978, quando Dom Fragoso e Padre Mourão conduziam, com fé e devoção, uma
multidão em oração. A cena transborda tradição: padres, fiéis, crianças e
anciãos unidos em um só espírito — o da fé.
Todos os anos, no dia 16 de julho, a cidade se
veste de esperança e religiosidade com o início da festa de Senhora Sant’Ana.
As ruas são enfeitadas com bandelolas coloridas, o som dos sinos ecoa da
matriz, e o cheiro da comida típica mistura-se com o perfume das flores
ofertadas à santa. É um tempo de reencontro entre os filhos da terra, de
promessas renovadas e de fé fortalecida pela tradição centenária.
A origem dessa devoção remonta à criação da
freguesia local, conforme o Decreto Provincial nº 356, de 15 de setembro de
1853, quando a então povoação passou a se chamar freguesia de Pelo Sinal,
desmembrando-se de Príncipe Imperial (atual Crateús). O primeiro pároco foi o
Padre Antonio Ricardo Cavalcante de Albuquerque, sucedido após sua morte pelo
Padre José de Araújo Galvão, que também deixou seu legado na organização
religiosa da comunidade.
Essa história de fé está impregnada em cada detalhe
das festividades: desde as novenas, os leilões e os gestos simples de devoção
até a grandiosa procissão que, ano após ano, emociona moradores e visitantes. A
religiosidade do povo de Independência é marcada por uma espiritualidade autêntica,
que resiste ao tempo e mantém viva a chama da esperança.
A imagem de 1978, agora digitalizada e preservada,
é mais do que uma fotografia, é um testemunho histórico de um povo que nunca
deixou de acreditar. Em cada rosto, um traço de devoção. Em cada passo, a
continuidade de uma fé que transcende gerações.
Viva
Senhora Sant’Ana!
Prof. Ricardo Assis
Nenhum comentário:
Postar um comentário