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O Dia do
Saci e o esquecimento das nossas raízes |
Em
2010, o município de Independência deu um passo simbólico e corajoso ao
instituir o Dia do Saci
em 31 de outubro. Mais do que uma simples data comemorativa, essa lei é um
convite à resistência cultural — uma tentativa de equilibrar o brilho importado
do Halloween
com a riqueza das nossas próprias lendas. Porém, passados mais de dez anos, é
triste perceber que muitas escolas, públicas e privadas, ainda ignoram o
verdadeiro sentido dessa data.
O
Saci, travesso, sábio e profundamente brasileiro, deveria saltar pelos
corredores escolares, pelas bibliotecas e pelas praças, espalhando curiosidade
e orgulho pelo folclore nacional. Mas, em vez disso, o que se vê é a repetição
acrítica de fantasias estrangeiras, enquanto o nosso imaginário popular se
apaga pouco a pouco. O Dia do Saci não é contra o Halloween — é a favor de nós
mesmos. É um chamado para lembrar que nossa cultura é viva, criativa e cheia de
personagens que contam quem somos.
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| Lei Municipal nº 285, de 20 de abril de 2010, sancionada em Independência (CE) |
Cabe
às escolas, aos educadores e à sociedade reacender essa chama. Celebrar o Saci
é reafirmar nossa identidade, valorizar o Brasil que existe nas histórias de
fogueira, nos causos de avó e nas travessuras da imaginação. Ignorar essa lei
é, de certa forma, permitir que o pó da indiferença cubra o brilho das nossas
próprias raízes.
O
Saci está solto em Independência — e que continue assim, lembrando a todos que
preservar o folclore é preservar a alma do nosso povo e nossa cultural.


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